Faculdade

Estudante da Faculdade Cásper Líbero, desde 2008.

Cursando Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo.

Exemplo de texto produzido para a disciplina de Técnica de Redação (3° ano).

As coisas me captam com plenitude e ternura

Antes, muito antes, nada me parecia alcançável. Ouvi senti andei esperei. Não sabia, não conhecia por não querer conhecer. Assim, me encapava e me deixava impenetrável. Nada entrava em mim. Eu era um corpo só, um pequeno pedaço perdido de amor doce, já quase amargo, amargurado pela solidão latente quente úmida. Até que aconteceu, num rompante do mais completo nada – naquele breu, vazio e sem cor -, meus olhos se cansaram! E se abriram sozinhos, se decidiram sozinhos: fui até lá e explodi. Me deixei tocar me deixei sentir me deixei ser penetrada, corrompida, aberta. Pelo mundo, pelas coisas, pelas pequenas e grandes letras. E meu papel se preencheu todo, todo cheio de exclamações (elas são lindas).  Estava no lugar certo. Gritei a minha maior voz. E a partir de então, tudo me quer, tudo me ganha e me conquista. A vida me capta, me namora, me nina (eu peço, a cada gota que cai: me nina menina). Agora sou o mosaico de tudo que me compõe. Sou não hum’Ana (ser qualquer uma das Anas é pouco), sou feita dos dentes brancos do senhor na sarjeta, dos fios ruivos que saem da cabeça da criança no metrô, da luz que reflete no vidro (em todos os vidros), de tudo mais que me enche do mais tênue prazer… e sou feita da água. De quando ela me bate, me cura, se escorre… e morre. Quero tudo em mim. O que antes era eu, agora somos eu e todas as coisas: nós.

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